No mundo infinito de variantes da Sangiovese, está a Sangiovese Grosso, uma uva responsável pelos melhores vinhos da Itália e do mundo.
Essa variedade amplamente cultivada na Toscana e que virou parte essencial da tradição vinícola da região é uma mutação.
Acredita-se que há alguns séculos os vinhedos da região foram isolados, o que fez com que a variedade tenha seguido um caminho distinto de mutação, se tornando uma uva mais carnuda e de pele mais grossa.
Hoje, ela é considerada superior às outras variantes da Sangiovese, sendo a única variedade de uva permitida no prestigioso Brunello di Montalcino DOCG.
Uva e cultivo
Graças a sua casca grossa e muito escura, a Sangiovese Grosso é uma variedade conhecida por sua alta acidez e taninos médios a altos.
Se puder escolher um terroir, a Sangiovese Grosso tolera bem a seca e o vento, e prefere terrenos montanhosos de média e baixa fertilidade, de base argilosa e calcária. A maioria de seus vinhedos são localizados em encostas com solos bem drenados.
As uvas são tradicionalmente cultivadas usando o método de poda “cordon spur”, que ajuda a manter os rendimentos baixos e a concentração de sabores alta.
Mas essa uva nobre também tem seus problemas. Essa é uma variedade muito sensível ao oídio, a ácaros e pode ser afetada pela esca. Além de sofrer prejuízos consideráveis com geadas.
Os vinhos da Sangiovese Grosso
A Sangiovese Grosso produz vinhos que são considerados os melhores vinhos tintos italianos e do mundo, como Brunello di Montalcino, Chianti e Vino Nobile di Montepulciano.
Por ser uma uva de amadurecimento relativamente tardio, seus vinhos costumam ser encorpados e bem estruturados, com sabores e aromas de frutas vermelhas, cerejas e notas terrosas ou de couro. São ricos, alcoólicos e de longa duração.
Além dos vinhos tintos, a alta acidez e pH relativamente baixo tornam a uva perfeita para os rosés e espumantes.