Existem milhares de denominações de origem diferentes pelo mundo do vinho e muitas se confundem. Por isso, vamos desvendar as classificações mais famosas da França, a AOC e a IGP.
Antigamente, os vinhos produzidos não tinham muita preocupação em manter padrões e apresentavam muitas variações, em sabor, aroma e coloração.
Os vinhos de mesmo rótulo mas com características totalmente diferentes passaram a prejudicar a indústria local. Assim, as primeiras delimitações geográficas de regiões vinícolas foram criadas e a Comissão Europeia instituiu os seus dois sistemas de qualidade: a AOC e a IGP.
A partir desses novos sistemas, os governos de cada país da União Europeia criaram suas classificações e métodos de garantir que os vinhos fossem feitos seguindo regras pré-estabelecidas.
Na França, em 1905, uma lei foi criada para fazer esse controle. E, em 1935, foi criado o Comité National des Appellations d’Origine (CNAO), em português Comissão Nacional das Denominações de Origem, que hoje é chamado de Instituto Nacional de Apelações de Origem.
Para definir quais seriam os parâmetros que iriam determinar a tipicidade e as características de cada terroir e dos vinhos de cada uma, os principais produtores de cada região foram consultados pelos membros do Instituto Nacional de Apelações de Origem (INAO).
Porém, o papel do INAO não é garantir a qualidade dos vinhos, se o consumidor irá gostar ou não. O Instituto trabalha para assegurar a origem e a tipicidade do estilo das classificações da AOC e IGP. Além de certificar a autenticidade dos vinhos prontos para consumo, através de um painel de degustação, formado por um grupo de profissionais que analisam as bebidas.
AOC
A Appellation d’Origine Contrôlée (AOC), Denominação de Origem Controlada, em português, indica a qual região específica do país o vinho pertence.
A sigla AOC tem um vínculo mais forte com o lugar em que os vinhos são produzidos e representa a categoria superior dos vinhos franceses.
Essa classificação é a mais restritiva e controla cada um dos aspectos e métodos vitivinícolas da produção dos vinhos que devem ocorrer na região especificada. Por exemplo, as uvas utilizadas na elaboração da bebida devem ser provenientes exclusivamente da área geográfica onde o vinho é feito.
A AOC se subdivide em duas categorias, as mundialmente famosas Grand Cru e Premier Cru.
São mais de 400 vinhos de Denominação de Origem Controlada na França. Sendo que existem denominações geográficas dentro de cada uma dessas AOCs. Como a Borgonha, que é uma AOC com quatro apelações diferentes de hierarquia. Já a AOC de Mâcon tem 27 denominações geográficas complementares.
IGP
A Indication Géographique Protégée (IGP), Indicação Geográfica Protegida em português, classifica os vinhos de determinada região geográfica.
Essa classificação delimita os locais em que os vinhos devem ser feitos e em que as uvas devem estar plantadas. De acordo com a IGP, obrigatoriamente, no mínimo 75% das uvas usadas na produção de um vinho devem vir da mesma área geográfica de sua elaboração.
A IGP é uma classificação mais branda que não controla os aspectos e métodos vitivinícolas da produção. E por não seguir regras tão rígidas, a classificação IGP está abaixo da AOC na hierarquia dos vinhos franceses.
Dentro do IGP, na França, há três subníveis relativos à localização geográfica – o Regional, o Departamental e o Local -, que no total somam mais de 140 classificações de região.